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quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Soares dos Reis, um dos principais rostos das belas artes em Portugal

António Soares dos Reis foi um dos principais rostos das belas artes portuguesas. O seu papel emerge como determinante na afirmação da escultura lusitana, tornando-se um dos mais irreverentes artistas da sua geração. Com raízes nortenhas, foram nestas terras que as suas obras ganharam uma aparência de vida quase incomparável. A sensibilidade impregnada nos rostos e volumes desenvolvidos ficou assegurada como um aspeto que concedeu a Soares dos Reis o estatuto de lenda. Para isso, comprova-se toda a influência que se proliferou nos dois lados da foz do Rio Douro, dando nome e arte a cidades com história e encantos de memória.

António Manuel Soares dos Reis nasceu em Mafamude, Vila Nova de Gaia, a 14 de outubro de 1847. Não obstante ser educado de forma austera, acompanhando o seu pai na função de merceeiro, nunca escondeu o seu apetite pela criação e pela inovação, até nos embrulhos dos quais nascem desenhos. À revelia do pai, talhava bonecos em madeira e modelava santinhos de barro que colocava no seu quintal ao Sol para a sua cozedura. Estes foram valorizados pelo seu vizinho e também artista Diogo de Macedo, que, ao lado do também pintor Francisco de Resende, convenceu o progenitor de Soares a que o seu filho se movesse de engenhos e de ideias para então Academia Portuense de Belas Artes. Sob a tutela do mestre João António Correia, concluiu o curso três anos depois, em 1866, colhendo prémios em desenho, arquitetura e escultura. No decorrer desse período letivo, e para ajudar a consolidação da sua formação humana e artística, viveu em Paris e Roma como bolseiro, cidades europeias em eternas convulsões sociais e criativas. Na primeira, foi discípulo do francês Jouffroy frequentou a École Imperiale et Speciale des Beaux Arts, conquistando mais prémios e notabilizando-se entre os seus colegas como o “voleur des prix” (ladrão de prémios), mesmo sem nunca se dar à folia parisiense.  Toda esta bagagem valeu-lhe influências proeminentes na sua personalização como autor de esculturas, dando origem a diversas e futuras gratificações à sua pessoa na cidade do Porto, fundamentando a atribuição da bolsa ao artista. No seu regresso, devido à guerra Franco-Prussiana, foi recambiado para Itália, em virtude da extensão do seu período como bolseiro no estrangeiro e para conhecer os grandes clássicos da arte.

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