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quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

António Damásio, o neurocientista das emoções


António Damásio tornou-se com evidência um dos grandes nomes da medicina mundial. Profícuo investigador no campo da neurociência, emergiu como providencial na abordagem ao processo decisional pelo qual o ser humano passa inúmeras vezes. Nesse caminho de quase cinco décadas, foram várias as empreitadas científicas que contaram com este cunho luso. Reverente perante a arte e irreverente no estudo da humanidade, Damásio consolida-se hoje como um dos mais importantes pensantes no cruzamento da psicologia social com a medicina investigativa e ativa.

António Rosa Damásio nasceu a 25 de fevereiro de 1944 em Lisboa. A sua formação decorreu na Universidade de Lisboa, licenciando-se e doutorando-se em Neurologia. As suas pesquisas foram inicialmente desenvolvidas no Centro de Estudos Egas Moniz, em particular no laboratório de investigação da linguagem. Para estender o alcance das suas pesquisas, emigrou com a sua esposa e também neurocientista Hanna Damásio para os Estados Unidos e firma-se como investigador do Centro de Pesquisas da Afasia de Boston, tendo depois integrado a Universidade de Iowa no Departamento de Neurologia do Comportamento e Neurociência Cognitiva. Para além desta unidade, também fez parte do Centro de Investigação da Doença de Alzheimer da mesma universidade.

Nas suas investigações, Damásio destaca-se por propor um grupo de hipóteses inovadoras quanto ao funcionamento do cérebro, baseando-se para isso no estudo do comportamento de doentes com lesões cerebrais. Assim, desenvolveu trabalhos de pesquisa onde analisa as consequências de uma lesão nos lobos pré-frontais num acidentado em 1848. É neste âmbito que surge o caso de Phineas Gage, operário cujo cérebro fora perfurado por uma barra de metal e sobrevivendo a este incidente, que perde a capacidade de tomar decisões e que vê as suas emoções alteradas. Neste, confirma-se que os processos cognitivos em pleno funcionamento não são suficientes para que se garantam comportamentos sociais e pessoais equilibrados. Assim, enquanto processos como a memória, a perceção ou a inteligência são estudados e posicionados, ampliam-se os horizontes do estudo de António Damásio, em que se vai além da envolvência pessoal e social do comportamento.

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