Ecos de uma revolução falhada
Na Galeria da Avenida da Índia, RED-Africa – Things Fall Apart
resgata e problematiza algumas das narrativas do comunismo no
continente africano. Para lembrar e pensar acontecimentos e promessas
que marcaram a segunda metade do século XX.
Homens e mulheres de várias nacionalidades e etnias conversam entre
sim, sorriem. E dançam, tomados por uma alegria genuína, de mãos dadas e
braços entrelaçados. A atmosfera é de festa, de amizade, mas o
espectador pode duvidar. O que tem diante de si são imagens de arquivo,
produzidas na URSS nos anos 60, que o artista Alexander Markov editou
para o seu filme Our Africa (2016). Sabemos o quanto as imagens
podem ser enganadoras e a que as de propaganda são mentirosas. Mas
aqueles homens, aquelas mulheres não parecem estar a fingir. Estão a
exprimir afectos, bons sentimentos. Estão? A história é um lugar
complexo, feito de histórias e memórias distintas, por vezes
contraditórias, irreconciliáveis.
E é nesse mundo que RED-Africa – Things Fall Apart nos coloca. Patente até 12 de Março na Galeria da Avenida da Índia, esta exposição, comissariada por Mark Nash tem uma finalidade: reflectir sobre as realidades sociais e políticas do mundo comunista ou pós-comunista contra um pano de fundo que o espectador português reconhecerá: África. A sua narrativa é a da segunda metade do século XX e, com o auxílio dos artistas e das obras, traz ecos e ruínas de um projecto político que, como todos os projectos políticos, não resistiu à imprevisibilidade que caracteriza as acções humanas. O título remete para essa condição efémera das “obras” dos homens, citando o livro homónimo do escritor nigeriano Chinua Achebe (datado de 1958) que lidava com a devastação produzida pelo colonialismo europeu no continente africano.
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E é nesse mundo que RED-Africa – Things Fall Apart nos coloca. Patente até 12 de Março na Galeria da Avenida da Índia, esta exposição, comissariada por Mark Nash tem uma finalidade: reflectir sobre as realidades sociais e políticas do mundo comunista ou pós-comunista contra um pano de fundo que o espectador português reconhecerá: África. A sua narrativa é a da segunda metade do século XX e, com o auxílio dos artistas e das obras, traz ecos e ruínas de um projecto político que, como todos os projectos políticos, não resistiu à imprevisibilidade que caracteriza as acções humanas. O título remete para essa condição efémera das “obras” dos homens, citando o livro homónimo do escritor nigeriano Chinua Achebe (datado de 1958) que lidava com a devastação produzida pelo colonialismo europeu no continente africano.
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